quinta-feira, 10 de março de 2011

O que anda rolando, hein?

Daí a gente faz um blog pra falar da vida, né. Pra falar da vida, mas mais precisamente pra falar o que se pensa da vida e o que se anda fazendo dela. Bom, eu sempre pensei que blog era assim, mais pra filosofar e tirar a coisa da cabeça e jogar na rede e ver se os outros pensam nisso também - e não pra dizer o que eu comi no café da manhã, como um pessoal fazia lá no início dos blogs, em... em outra era.

O diabo é que, quando a cabeça está à mil ou a zero, blog não anda. Não adianta. E que saco é entrar na tal página do tal fulano e ler lá, vez na vida, vez na morte, o post do famigerado "ai, gente, desculpa o sumiço, ando ocupadíííssimo...". Pode ser que sim mesmo. Ou pode ser falta de assunto. Ué, nem sempre se pode ser Deus e ter tanto assim pra dizer!

Eu, por exemplo, fiquei sem ter o que dizer. Nem tive vontade de contar, por exemplo, dos quatro dias de internação hospitalar da Sabrina. Nessas horas a gente fica tão chocada, frustrada, triste e sem alma que vai escrever o quê?

Poxa, mas ela sarou e eu também não contei sobre isso - sobre como voltou a ser a Sasá de sempre, aquela que bate um prato de feijoada, repete e ainda pergunta se tem um docinho pra sobremesa.

Ah! Também teve a novidade da minha mãe. A santa, às 72 primaveras, vai pra Machu Picchu. Será daqui dois meses - e eu bem que quis fazer uns textos sobre como abomino excursões, sobre o Peru em si, sobre gastar bem a aposentadoria... Não fiz. Hora dessas, quem sabe.

Opa, e teve também o dia em que eu cortei o cabelo. Não contei que cortei o cabelo, né? Cortei curto, uns 12 dedos de juba tosada. Eu ia escrever sobre esse povo que cultiva cabelo como se fosse açafrão raro, e não célula morta que vai crescer tudo de novo, mas... bom, também ficar fazendo blog só pra avacalhar que é apegado no cabelo, aí não.

Falei que o Dono da Casa viajou por nada menos que 10 dias? Desde que eu o conheço, foi o maior período que ficamos separados. Ou quase. Ia fazer um texto sobre quando o conheci e ele viajou para um tour de reportagens que durou 42 dias e a gente paquerava no telefone. Era pra ser mesmo, viu, esse casamento... Porque só Penélope (aquela do Ulisses, a tricoteira) pra esperar tanto. Não escrevi porque, bem, fico meio avexada de declarar assim aos quatro ventos o quanto meu marido é bacana, divertido, gente fina e como é dureza ficar longe dele e das manias insuportáveis dele.

Também não falei que a Olívia já conta quase 6 meses, 7,650 kg e uma vida de sem-vergonhice. A sapeca vai entrar amanhã na papa de legumes, contei isso? Não?! Pois vai. Depois teço um longo texto sobre como a gente vai piscando e essa molecada vai passando do leite pra papa, da papa pro berçário, do berçário pras festas do pijama, das festas do pijama pros namorados... Eu mando parar de crescer aos berros, mas essas piolhentinhas nunca obedecem!

Tinha o que falar do futuro, sim, porque ando inventando umas modas aí que, se derem certo, ui, vão render muitos e muitos e muitos textos! Adoro essas perspectivas - mas, ai, melhor falar quando acontecerem mesmo, que senão pode zicar. Ô, um texto sobre zica é legal, não é? Zica na pauta - na pauta do futuro.

De fato, ocorreu nada muito importante pra contar. Eram só essas coisas minhas, que todo mundo passa e ninguém vai se interessar a valer. Eram só acontecimentos de dia-a-dia e nada que fosse mudar a vida de ninguém. Só a minha, claro. Vai ver blog a gente faz é pra gente mesmo, né? E quem quiser vem saber! Bom assim.

14 comentários:

Nanael Soubaim disse...

Mamma Flávia, não importa o quanto demore ou do que fale, importa que é teu e nós sempre viremos ler ou reler. É sempre bom ver o teu jeito de contar as frugalidades da vida doméstica. Até porque pegar o ônibus para te fazer uma visita é muito difícil. Daqui nenhuma linha passa aí perto.

Spaf disse...

O pessoal que falava no blog o que comeu no café da manhã foi pro twitter. Outro dia um amigo meu twittou que ia pro banheiro cagar (com essas palavras), e depois ainda descreveu o processo.

leitoa doida disse...

Falou e disse moça! O meu ta parado tem um tempão! E ficará assim até sentir vontade de escrever...

Kiki disse...

Haha adorei! (como sempre!)

Devo dizer que meu blog ainda é das antigas e em boa parte fala exatamente sobre o que comi no café da manhã. Mas sempre disse desde o primeiro post que ele era feito primeiramente para mim (eu me conheço e sei que no futuro vou querer lembrar dos dias que tou passando agora! haha).

Creio que a grande graça da vida blogueira é escrever O QUE quiser, QUANDO quiser e QUANTO quiser.

E simplesmente ADORO posts assim, sobre o tudo e o nada. ;)

Abraços!

Dri_ disse...

Pois eu gosto do que você escreve, de criação das filhas até o tremor no Japão com gráficos.

Gosto de saber que alguém vive uma vida normal, e é feliz assim.

E como você escreve bem. E sim, eu venho aqui todos os dias saber se tem vida nova.

Chicória disse...

Oi, Flá, lamento você ter passado por este período difícil com a Sabrina, mas que bom saber que agora tudo já passou e ela está bem, batendo um pratão de feijoada e tudo - e a Olívia, que já começou na papinha salgada pelo que vi, logo estará no mesmo caminho também... :o)

Lady Sith disse...

Essas crianças crescem muito rápido. Minha sobrinha até outro dia só comia frutas, depois passou para a sopa e hoje em dia a danada come até sucrilhos!
Eu também tenho essa crença de só falar sobre as novidades depois que elas acontecem. Esperando pelo texto sobre zica.

Cristiana disse...

Oi Flá! Que bom que a Sabrina melhorou! O que ela teve?
Ah, quando você não tiver muito o que falar passa a receitinha do seu feijão, igual o que você colocou no outro post, sobre comer em casa, aquele da carne assada com molho de maracujá, passa essa receita também que eu vou adorar.
Leio o seu blog desde o começo e adoro, continue assim.
Cadê o post sobre o Dr. Labib? Viu, você ainda tem muito o que falar!
Ah! Vou te dar umas dicas sobre o preparo de bolos, seus bolos vão dar sempre certo. Você verá!

Anônimo disse...

Coisas triviais, quando bem contadas, são interessantíssimas (não que eu ache que sua filha ficar internada 4 dias seja uma coisa "normal"!)!
Fiquei órfã das garotas que dizem ni, e há pouco, por acaso, descobri o seu blog. Que delícia! Venho te visitar sempre, e pode deixar que apago a luz quando sair.
Beijos, Sara.

moniquinha disse...

Bjos na Sasá,que nunca mais adoeça,desejo de mãe,né?rs
Olívia,qorda e linda,já já estará fazendo companhia à irmã no pratão de feijoada,é num piscar de olhos mesmo,já disse que tenho uma filha de 18?pois é,tenho.
A,sou sua fã,mas é pura verdade que vc manda bem até qdo enrola..rs
Bjosss

Sócia da Light disse...

Gabi tá com 18 anos???? Parem o mundo, por favor, que eu já quero descer.

Sara, espero que a orfandade seja um pouquinho aplacada com o besteirol que rola aqui nesse puxadinho, viu? ;-]

Cris, o post sobre o doutor Labib só sai quando baixar a inspiração - e ela só virá quando eu conseguir não emburrar com algumas das ideias dele. Sim, a gente vive no amor-e-ódio. ;-]

O que a Sabrina teve foi uma virose seguida de um gânglio inflamado no pescoço seguido de um remédio paulada que rendeu a ela coceiras, vômitos e uma hepatite medicamentosa. Adorei cada segundo, como vocês podem imaginar. Mas com caldo de galinha, amor e brincadeiras ela está 100% de novo. ;-]

Meninas todas, obrigada pelos incentivos, viu?

E Spaf, o que dizer do seu amigo? O mesmo que eu digo pros meus (que adoram postar coisas desse tipo): tem um tanque de roupa aqui em casa pra lavar, se estiver com esse tempo livre todo... :-D

Marcelo disse...

"Então eles conversaram por duas horas ou mais, talvez sobre o Cabo Horn, talvez não, e na verdade de pouco valeria escrever o que disseram, pois eles se conheciam tão bem que podiam dizer qualquer coisa, o que equivale a não dizer nada, ou falar de coisas idiotas e prosaicas tais como a melhor maneira de preparara uma omelete ou onde comprar as melhores botas em Londres, coisas que não têm brilho fora de seu lugar próprio, mas que quando estão no lugar são com certeza de uma beleza deslumbrante. Pois ocorre que, por uma sábia economia da natureza, nosso espírito moderno pode quase dispensar a linguagem; as expressões mais comuns já bastam, uma vez que nenhuma expressão já basta. E assim, a conversa mais ordinária é muitas vezes a mais poética, e a mais poética é precisamente aquela que não pode ser escrita. Por tais razões deixaremos um grande vazio aqui, para indicar que o espaço está totalmente repleto."
Impossível não lembrar desse trecho de Virginia Woolf ao ler seu texto.

(Qto a doença da Sabrina, fico muito feliz e aliviado da recuperação.)

Sócia da Light disse...

Que qué isso, Marcelo... Eu e a mestra no mesmo comentário, quer me matar de vergonha?

:-D

Fabio disse...

Ah, você cortou o cabelo!!!!