terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Enlouqueça a Mamãe - Módulo 2

Tem coisa mais gostosa que ver o pimpolho brincando, se divertindo e rindo a valer? Não tem. E vê-lo rir, rir, rir e depois, exausto até o osso do calcanhar, ter um acesso de fúria? Delícia, né? Bom, tem gente que nem liga.

Conforme o workshop iniciado em outro post, segue aqui mais uma forma de endoidecer qualquer mãe. Primeiro, puxe a criancinha dela pra brincar. Mas não seja maricas e brinque forte mesmo, sem poupar lutinhas no solo, arremessos pelo ar, irritação constante com gritos e provocações.

Inclua também uns requintes de crueldade, como dar o brinquedo e depois tirar, cócegas torturantes e tiração de sarro daquela que faz até o bebê de oito meses entender que está sendo zoado pra caramba.

Passado uns 20, 30 minutos de piração completa, se o moleque já começar a dar sinais de estafa e esgotamento nervoso - e, principalmente, se ameaçar manha ou choramingo - ponha a cereja no sundae e venha com aquelas frases singelas como "Ai, que chato! Vai com a sua mãe então, vai".

Pronto. Seu serviço foi realizado. E agora a genitora pode passar as próximas horas tentando acalmar e/ou reconstruir seu filho. Valeu aí, agente do DOPS disfarçado.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A Princesa Espertinha

Eu arrumando a lancheira dela, colocando tudo do bom e do melhor para a tarde ser recheada de sabor nessa sexta-feira, dia festivo de ir pra escola usando fantasia:

- Sá, coloquei as bolachas, os dois polenguinhos e seu suco na lancheira. O que vai ser de fruta? Banana, uva, maçã...?

- Eu prefiro a maçã, mãe!

- Ooolha... mas vestida assim, de Branca de Neve, e levando uma maçã? E se estiver envenenada?

- Ah, não, não vai acontecer nada... Esqueceu que você é minha mãe, não minha madrasta?

Ainda bem que ela me conhece.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Sebo nas panelas!

Eu vou confessar que rolo de rir por dentro quando escuto alguém dizer "ah, eu não sei cozinhar". Acho muito engraçado, porque pra mim parece o mesmo que alguém dizer "ah, eu não sei respirar". Todo mundo sabe cozinhar, uai. Mesmo quem só tem habilidade pra ferver água pro macarrão ou traquejo pra construir um sanduíche sabe cozinhar, sim. Aperfeiçoar esse traço, no entanto, é do que muitos precisam.

Não vou dizer que eu sou, assim, um Jamie Oliver (apesar de ter todos os livros dele). Mas eu curto me chegar na área da pia e do fogão - do microondas não, eu dispenso, só uso pra esquentar ou descongelar e em casos emergenciais. Gosto de cozinhar porque, bem, eu gosto de comer. E todo mundo que gosta um pouquinho que seja de comer tem que saber fazer algum quitute pra chamar de seu.

Eu entendo quem teve lá seus traumas - ateou fogo na frigideira uma vez ou fez desandar um mero arroz - mas isso não é desculpa. Cozinhar é uma questão de sobrevivência. E de vergonha na cara também, sejamos sinceros. Porque tudo se resume a treino, perseverança, organização e coragem. Um bom senso de paladar ajuda.

O mais legal de se embrenhar entre panelas e ingredientes, no entanto, não é só o regozijo pelo trabalho finalizado e "comível". É a possibilidade de dias melhores. Quando a gente cozinha, aprende a conhecer os sabores, os cheiros, as texturas. Aprende até a gostar de coisas novas - e a ver que coca-cola é bom, mas um suco fresco pode ser um idílio. E, assim, passa a comer como se deve, não apenas a forrar o bucho de qualquer jeito.

Outro dia vi uma entrevista com um professor chamado Michael Pollan que escreveu "Food Rules", um tipo de "livro de regras da boa alimentação". Michael dá as dicas com um texto muito divertido - e itens incríveis como "Não coma nada que a sua vó não chamaria de comida" ou "Só compre industrializados cujo rótulo traga palavras que uma criança pequena saberia pronunciar". Lá pelas tantas, Pollan também diz "aprenda a cozinhar". Óbvio. Quem mete a mão na massa, literalmente, passa a ver a comida de modo diferente.

E só o processo de aprender a cozinhar já pode ser uma aventura deliciosa. Pode acontecer com aulas da sua amada mãe ou, até melhor, da sua vó. Pode acontecer por tentativa-e-erro usando livros especializados. Pode acontecer até mesmo em um desses cursos de culinária de fim de semana (tenho uma dica boa para paulistanos, passo para quem me pedir). O importante é se lançar sem medo e com otimismo. O resultado com certeza será bom - e então será possível dizer alto "eu sei cozinhar". Apesar de isso ser evidente.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Lucky charm

O 13 nunca me levou a pensar em azar. O 13 me dá, isso sim, é uma sorte danada. Todo dia 13 eu acho que acontece uma coisa bacana (mesmo que seja só a pequena dádiva de encontrar, sei lá, o azeite em promoção...). Quando ele vira, então, uma sexta-feira-13, aí sim que eu acho mais bacana. E dá uma vontade danada de adotar um gato preto.

Ignorem o momento-Zagallo, mas... bom, meu nome (no original) tem 13 letras. Sabrina foi o membro de número 13 no meu núcleo familiar. Tudo bem que, juntando todas as minhas cicatrizes, até hoje levei 13 pontos, o que parece ironia do azar... Mas o moço da banca de frutas, na feira, sempre me deu "uma dúzia de 13 laranjas", o que compensa, porque é um baita golpe de sorte!

13 é também o dia do meu aniversário. Hoje mesmo, 13 de fevereiro. Minha mãe sempre diz que ela não pôde controlar a escolha - bateu 5h00 da matina, lá estava eu pedindo passagem. Eu acho é ótimo ter sido de surpresa, porque se fosse marcado era bem capaz de alguém ter dito "nããão, dia 13 não, dá azar!". Azar que nada. O 13 é o meu número.

E hoje, nesse 13 tão feliz, eu desejo sorte pra mim e pra todos!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Passe o bebê pra cá, Anne, e ninguém se machuca!

Sei bem que vou me tornar voto vencido nessa questão. Mesmo assim, vale o post, porque já são anos de sofrimentos acumulado - pra mim, até que pouco, mas para aqueles bebês...

Anne Geddes é o nome da fotógrafa. Muitos devem conhecer o trabalho dela, mesmo sem lembrar o nome da autora. Bom, todo mundo que já passou por um consultório pediátrico ou na gôndola de volumes inúteis na livraria certamente conhece sua obra. Anne é aquela mulher de olhar muito curioso que retrata bebezinhos como integrantes de um bizarro jardim - deitados no miolão da flor, encarrapitados em troncos de árvores, saindo do meio de brócolis ou vestidos de fadas. Bonitinho? Desculpa, eu acho uma abominação.

As fotos são muito, muito bem produzidas, eu admito (mas também não temos certeza sobre a possibilidade de Anne e equipe serem chegados num Gardenal Infantil...). Mas são estranhas demais para o meu gosto. Bebês são mesmo as maiores delicinhas que o universo produz, juntamente com filhotes de qualquer ave ou mamífero e cupcakes decorados. Ainda assim, é discutível a beleza de um nenê inocente aboletado em uma abóbora vestindo roupa de joaninha. E, além disso, imagine o tempo que a pobre criatura fica ali, debaixo de luz e câmera, para sair o clic...

Dá aflição, pra começo de conversa. A maioria das criancinhas parece ter sido esquecida ali pela família. Sabe? Passeavam pelo jardim, colocaram o bebê ali no meio do mato pra uma soneca e, uf!, esqueceram dele. E daí a Mãe Natureza se encarregou de torná-los parte da paisagem. Estranho, vai?!

Bom, como eu disse, tenho certeza que sou voto vencido. Um novo livro de Anne Geddes acaba de chegar às prateleiras - e assim segue o tema, com a mulher tendo vendido mais de 18 milhões de volumes até hoje. Muita gente mesmo parece apreciar essa estética "bebê-tatu-bola".

Sendo assim, acho que ninguém irá me acompanhar numa blitz ao estúdio da fotógrafa para pedir "Sra. Geddes, saia de perto do bebê vestido de esquilo e coloque as mãos para o alto agora...". Que pena, seria um serviço social e tanto.


Dona Anne, tá dando dor nas costas da ervilhazinha...

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Brincadeira animal

Eu circulo naqueles corredores de pet shop com um misto de paixão e desapontamento. A paixão vai direta e reta para os bichinhos, todos tão fofos e lindos - e, sim, eu falo dos cães, dos gatos, dos coelhos e até dos camundongos, aqueles Jerrys bonitinhos e branquinhos cuti-cuti da tia! O desapontamento, que tem a mesma proporção, vai para os humanos. É que fora os gatos e cachorros, que estão tabelados de acordo com raça (o que por si só já é um acinte), os demais bichos custam, cada qual, o preço médio de uma Barbie. Agora me explica como um animalzinho vivo e saltitante pode custar o mesmo - ou mais barato - que uma boneca plástica de olhar fixo?!

Aí eu explico por que fui circular justo no pet shop e sentir tudo isso: faz uns dois anos que a pequena Sabrina insiste em ter um peixinho. E há dois anos que eu dava o contra, dizendo que ter um bicho é grande, enorme responsabilidade e ela só teria isso maior... com 5 anos, vai. Pois os 5 anos chegaram, e como promessa é promessa...

O fato de a Sá ser mesmo uma menina calma, boazinha e amiga de todos os integrantes do reino animal contou muito. Se eu fosse mãe de um demônio que puxa rabo de gato, não passaria nem na entrada da loja. É que tem criança criada pra ser cínica com os animais, eu acho. São filhos daquela gente que acha que se o peixe/hamster/ coelho/passarinho morre, "compra outro, uai". E, bicho em mãos, deixa o pivete agarrar, arrastar, apertar, bolinar, lavar, passar, tudo aquilo. Eu, de outra forma, não acho que bicho é brinquedo.

Não acho que criança pequena deva ganhar bicho assim, como se fosse objeto de catálogo. Se os pais querem o animal mesmo assim, pra ELES cuidarem, ótimo; se o bicho chegou na família antes mesmo do infante, maravilha; se a criança se der bem com o peludo e o peludo com a criança, então tá bem. Fora isso, melhor deixar pra mais tarde a adoção de um bichinho (MUITO melhor do que a compra, que prevê preço pra um ser vivo, o que é meio cruel). Quando o pequeno tiver mais idade, será mais simples fazê-lo entender que os animais também tem sentimentos. E a coisa vai rolar só com a paixão, sem o desapontamento.


Ariel nos dá o prazer de sua companhia, assim como Sebastião e Mari
(escondidos da foto dentro da casa do Lula Molusco)

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Lá vem a louca, toda de branco...

Duas moças chegadas minhas estão em vias de casar. Como elas são chegadas, mas não muito, eu estou controlado como nunca a minha língua. É que o tema "casamento" é assim mesmo, capaz de suscitar toda sorte de palpites. E, eu acredito, essas duas não hão de querer nenhum palpite meu.

Não sou contra casório, não, que é isso! Seguidora de Mirtes que é seguidora de Mirtes adooora enlaces regados a vinho branco, docinhos e lágrimas de alegria. O caso é que eu sou a favor do casamento, mas atavicamente contra a loucura. Sabe a noiva que começa a calcular tudo com um ano de antecedência, só fala no assunto, pira fazendo a lista de convidados, ralha furiosa com fornecedores e vira a Bridezilla? Então: eu odeio essa mulher.

Odeio o conceito de noiva fulltime. A desgraçada não fala de outra coisa e vive praquilo, mas em vez de encarar o casamento com ternura e carinho e como ele deve ser - o ritual de dizer ao amor da sua vida que, sim, ele é o amor da vida e que a união tá fechada, lacrada, cospe aqui -, ela vira um misto de organizadora de eventos com Veruca Salt.

A endemoniada não quer saber se seu querido noivo está feliz pelo acontecimento; ela só quer que a cor dos guardanapos de linho seja pérola-rosada, escolher noivinhos de bolo originalérrimos e que haja um quarteto de cordas pra humilhar o casamento da prima, que optou por um DJ. De casamento, passa a ser evento. De evento, passa a ser negócio. E de negócio, pra virar um belo saco, é um pulinho.

Eu não tenho mesmo paciência com essa fase que certas noivas passam. E não tenho mesmo nada a acrescentar às ideias delas. Quando eu e o Dono da Casa juntamos os All Stars, tudo se deu em três meses. Ele pediu, eu aceitei bate-pronto, a gente pulou de felicidade, a gente pulou a igreja, achou uma tia que organizava festas na casona chique dela. A tia sugeriu algumas coisas, eu aceitei quase todas (ela entendia mais do que eu, uai). Fiz questão de jantar legal, bebida classe A+ e músicas escolhidas por mim, uma a uma. Mas, ainda assim, resolvi tudo por telefone mesmo.

Eu amei meu casamento e nenhuma princesa registrada pela Disney poderia querer melhor. Mas, sinceramente, eu estava me lixando pra cor dos guardanapos. Em cinco minutos eu achei que amarelo com laranja seria uma boa paleta e daí por diante foi simples. Simples mesmo. Custou o que nós podíamos pagar - ou seja, um nadica. A verba gorda, nós concordamos, devia ir pra lua-de-mel, esse sim o nosso sonho de casamento.

A festa foi delícia e eu dancei e comi e bebi e gargalhei até às 3h00 - e no dia seguinte vieram Paris, depois Verona, depois Florença, depois Roma. Organizar tudo foi tranquilo e legal em todos os aspectos, sem choro, vela ou gritos porque a tia Neide de Sorocaba "precisava ser convidada, fofuxoo!". Casamento não é isso, né?

Não são as flores, não é o padre, não é o filé com arroz e batatas, não é o camafeu. Não é a marcha nupcial, não são as cadeiras forradas de sarja branca, não são as madrinhas de longo em tons aproximados e, niguém jamais irá me convencer, não é mesmo a tia Neide de Sorocaba. É você, o cara ou a moça, e um compromisso de amor. Só isso. Três meses pra resolver tudo, no máximo, eu juro. Mesmo que as Bridezillas digam e vivam o contrário.


Tá bom, amor, eu também prefiro as toalhas
branco-alasca em vez de cinza-viena!